Os prejuízos estimados para a agricultura e pecuária chegam a mais de 16 milhões de reais
A Prefeitura de Agudo decretou situação de emergência no município devido à estiagem causada pela ausência de chuvas significativas. A medida está disposta no Decreto Municipal nº 34/2025, publicado nesta segunda-feira, 10 de fevereiro.
Conforme o Decreto, a situação de emergência se faz necessária devido à escassez de chuvas expressivas nos últimos meses, comprometendo as safras das culturas de sequeiro e o abastecimento de água na zona rural. Os impactos da estiagem afetam direta e indiretamente todos os setores socioeconômicos do município. “Estamos mobilizados para dar respostas rápidas e mitigar os efeitos dessa seca que afeta principalmente nossos agricultores e pecuaristas. Trabalhamos para garantir o abastecimento de água e o suporte necessário à população”, afirmou o prefeito Luís Henrique Kittel.
A medida foi tomada após parecer da Defesa Civil Municipal e reuniões com secretarias municipais. O documento tem embasamento técnico a partir dos dados coletados pelo Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Agudo, com apoio da Secretaria Municipal de Agricultura. Segundo os levantamentos, praticamente todas as culturas agrícolas do município sofreram prejuízos significativos. O Coordenador Municipal da Defesa Civil, João Marques, destacou que o decreto permite maior agilidade nas ações emergenciais. “Com essa medida, desburocratizamos processos internos e garantimos salvaguardas jurídicas para que o Executivo atue de maneira mais eficaz no enfrentamento da crise”, pontuou.
De acordo com o relatório meteorológico, entre novembro e janeiro, o déficit pluviométrico foi de -227,6 mm em relação à média do período nos anos anteriores. A escassez de chuvas reduziu a disponibilidade hídrica para as plantas, impactando lençóis freáticos, nascentes e córregos. Também houve deficiência no abastecimento de poços escavados, além da escassez de água em açudes e bebedouros para a pecuária.
O município já atende emergencialmente 145 famílias com abastecimento de água por caminhão-pipa em pelo menos 15 localidades. Os prejuízos estimados para a agricultura chegam a R$ 13.294.534,82, enquanto a pecuária acumula perdas de R$ 3.455.265,00, totalizando um impacto econômico de R$ 16.749.799,82.
Diante desse cenário, há um aumento expressivo na demanda por abastecimento de água potável, abertura e limpeza de bebedouros, perfuração de poços e distribuição de reservatórios hídricos. Até o momento, os gastos públicos com abastecimento de água para as comunidades somam R$ 630.000,00.
Com o decreto em vigor, o município poderá mobilizar órgãos municipais para atuação nas respostas à situação, reabilitação do cenário e medidas de reconstrução. As informações técnicas serão encaminhadas ao Governo do Estado e à União para homologação do estado de emergência. Caso seja reconhecida, a medida permitirá o acesso a recursos estaduais e federais para auxiliar os produtores rurais e a população na superação da crise.